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segunda-feira, 18 de abril de 2011

A Minissérie "The Promise" e o Futuro do Oriente Médio


Muito difícil encontrar um meio termo para Israel / Palestina sem demonizar ninguém. A minissérie "The Promise"procurou até certo ponto fazer isso, mas desde a sua estréia vem sendo bombardeada por judeus de todo o mundo, que a boicotaram. Claro, a Israel só interessa que a pecha de "terrorismo" recaia sobre os árabes. Para quem não sabe, o terrorismo no Oriente Médio começou com os sionistas, que após o apoio inicial dado pela Inglaterra, se voltaram contra ela, pois a administração britânica tentou impor um controle no número de imigrantes judeus para a Palestina, pois os números da imigração estavam indo muito além das cotas previstas. Ainda assim, os sionistas apoiaram o esforço de guerra da Inglaterra. Com o aumento da chacina de judeus sob o nazismo durante a guerra, aumentaram as pressões sionistas pela liberação da imigração e a criação de um Estado Judeu na Palestina. Como não houve liberação nas cotas de imigração, os judeus começaram a entrar clandestinamente na Palestina e isso levou os árabes palestinos a se oporem rigorosamente a isso, pois pressentiam o que se avizinhava, já que eles não constituíam um Estado, apesar de donos inequívocos das terras. Houve vários conflitos entre árabes e judeus. Depois da guerra, como os sionistas não tinham mais o apoio irrestrito dos ingleses reagiram explodindo um hotel - Hotel Rei Davi - que servia de Prédio de Administração britânica em Jerusalém, inaugurando o terrorismo em larga escala na Palestina, em 1946. Os palestinos, por sua vez, dizem que o retrato mostrado na série é quase completamente fiel. Os árabes, em geral, apresentam Israel como o grande vilão da peça, usando-o como espantalho para desviar a atenção das péssimas condições de vida de suas populações, pois são todos países com condições semi-feudais, cujas classes dirigentes florescem, enquanto o povo padece. Minissérie eletrizante em 4 partes, traça um paralelo entre a Israel de 1945 e a de hoje, vivenciado por avô e neta ingleses, respectivamente. Como a história do país é sangrenta, tem ação (explosões, crimes, espionagem, vingança, paixões, terroristas judeus e árabes com o mesmo intuito: conquistar a Terra Santa) no passado e no presente. Aliás, não pára, é lá e cá, e quando estamos lá queremos ver o que está acontecendo cá. Edição perfeita e mescla de ritmo ação/drama, palmas para o diretor Peter Kosminsky (especialista em dramas) que mandou muito bem. Há tempos, não se via uma minissérie de cunho histórico tão boa. Lembra vagamente "Exodus" de Leon Uris, pelo clima e não a parte política da história, porque é ficção, romance que contém fatos históricos e atualidades, se o prisma beneficia os palestinos, paciência, o que interessa mesmo é o drama histórico narrado em suas várias fases. Cenas marcantes de Bergen-Belsen no início e um giro completo pelo equívoco cometido pelos colonizadores ingleses na época da criação do Estado de Israel. As ações dos grupos Irgun e Stern (terroristas judeus) e os Mártires de Al-Aksa (terroristas árabes) cada um a seu tempo, mas mesmo objetivo: aniquilar o inimigo. História envolvente que fará todos grudarem na telinha durante as próximas semanas. Por outro lado, a série em boa hora convida a refletir sobre os acontecimentos recentes do Oriente Médio. Os regimes árabes mais sangrentos e atrasados, como Egito e Líbia estão sendo modificados pela revolta popular que não tolera mais, tanto as péssimas condições sociais de vida como os regimes ditatoriais de seus respectivos países. Temos visto como a Internet tem tido papel importante na agregação das forças revoltosas e articulação dos movimentos insurrecionais. Agora, a Síria já se vê ameaçada de revolução e tudo leva a crer que a queda dos regimes mais corruptos e despóticos poderá ocorrer numa espécie de efeito dominó. O quadro político em todo o mundo árabe poderá sofrer uma modificação intensa. Os regimes que lhes sucederão serão talvez mais flexíveis em busca de um modus vivendi com Israel? Ou, os mais de 60 anos de doutrinação anti-israelense e o liame religioso, farão com que estes novos governos árabes sejam ainda mais agressivos em relação à presença israelense? Como dizia Toynbee: "A História está em movimento, novamente". Quem viver verá!



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