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terça-feira, 2 de novembro de 2010

A Mexicanização do Brasil - A Futura Cubanização?





Um breve comentário, no Facebook, por parte do meu grande amigo, Professor Márcio Correa Cunha, da Universidade Federal do Espírito Santo, que exerce também uma importante atividade paralela, relacionada à preservação ambiental, me levou a tecer algumas considerações históricas sobre a questão do desmantelamento de uma máquina de dominação política, entranhada por muitos anos no poder. O Márcio mencionou, de passagem, que a facção carlista na Bahia hoje está no ostracismo. Disto resultou o texto, abaixo, que tem uma certa feição de carta a um amigo e, ao mesmo tempo, uma opinião pessoal, aberta ao grande (não muito, já que este blog não tem muitas visitas) público:


Caro amigo Márcio,

Aos 50 anos de idade (ressalte-se que cheguei à constatação adiante manifesta, bem antes de completar meio século de existência - Putz! soa estranho não é?), acredito que a única lição que o cidadão comum pode aprender em relação à política é que tudo o que você pode fazer é tentar, segundo seu próprio julgamento, escolher o mal menor. That's it! Sai uma gangue, entra outra. A atual manipula - e está sendo bem sucedida, até agora (+ 4 anos, no mínimo, apesar dos ínumeros escândalos de corrupção, malversação de verbas, quebras de sigilo - Pallocci is back, the others will... later -, invenção de dôssies comprometedores dos adversários, falsificação de documentos, Valeriodutos, Mensalinhos e Mensalões, acrescidos dos "não sei de nada" e "nunca antes na história deste país" presidenciais) - para permanecer no poder por longo tempo através do velho truque de Napoleão III ("O 18 Brumário de Luís Bonaparte", de Marx, é leitura imprescindível) e do PRI mexicano. Distribuir terras aos camponeses mais pobres, não por senso de justiça e bem-estar social, apenas para angariar-lhes o apoio maciço (milhões e milhões). Luís Bonaparte ficou 18 anos no poder e só caiu do galho por que perdeu a Guerra Franco -Prussiana (que unificou a Alemanha de Wilhelm I, contando com a enorme capacidade política e organizacional do chanceler, Otto von Bismarck, verdadeiro condutor da política de fortalecimento da Prússia e unificação alemãs). Parte das práticas de Napoleão III e do PRI passavam pelas constantes medidas coercitivas da liberdade de imprensa... Sounds familiar?


O PRI (Partido Revolucionário Institucional) distribuiu minúsculas porções de terra a uma miríade de "campesinos" destituídos (grande parte da terra praticamente improdutiva e sem apoio técnico-governamental, tipo Embrapa ou coisa parecida) e permaneceu cerca de 70 anos no poder. Para as camadas mais pobres de povos que nunca receberam praticamente nada em retorno aos esforços, suor e lágrimas derramados em séculos de miséria, qualquer forma de benesse "grátis" é uma benção e o político que (ainda que só alegadamente) a proporcionou ganha foros de semi-divindade. Jamais ocorre a essa camada que esse é um preço a ser pago por alguém sob a forma de impostos, que penalizam a todos, do pequeno ao grande (ainda que para os últimos sempre existam as brechas - elisão fiscal, é uma delas - que as leis e o poder econômico proporcionam). A mexicanização do Brasil tem sido efetuada através da distribuição descontrolada do Bolsa-Família e das vistas grossas em relação aos desmandos do MST, que, inclusive, recebe dinheiro de organismos governamentais para cobrir despesas de viagem, alimentação, etc., dos Sem-Terra, quando vão fazer manifestações "pacíficas" e, por que não, algumas invasõezinhas, aqui e ali? Quando se pensa sobre "opções", percebemos que são poucas, hein?


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3 comentários:

Fernando Luiz disse...

Olá Alborges. Não posso deixar de parabenizá-lo em relação a esta "carta aberta" ao Márcio Cunha e ao (infelizmente) diminuto público leitor do Blog. Realmente, não temos como escapar. Sai uma gangue entra outra. Nossa única escolha é entre a frigideira ou o fogo. Em relação à cubanização do Brasil, tenho certeza de que não chegaremos a isto, principalmente por tal situação contrariar os interesses dos americanos, que mal suportam a minúscula pedra no sapato deles que é a Cuba de Castro. O meu medo real é uma "chavenização" do Brasil. Em outras palavras, a utilização dos recursos populistas que vc citou na "carta", como distribuição de terras (sem, contudo, a necessária e imprescindível reforma agrária) e outras benesses, casos do "welfare" brasileiro chamado Bolsa-Família e da concessão de "privilégios" aos descendentes de índios da Bolívia de Morales, acrescidos de um ataque às instituições de salvaguarda da democracia, como a imprensa e as agências controladoras. Veja que, ao contrário do que alardeou a candidata eleita Dilma Roussef, o Brasil, em que pese o grande número de escândalos denunciados e "investigados" pelo governo Lula, praticamente resultado algum se obteve. Qual o resultado final do escândalo do mensalão? E dos "aloprados", do mensalinho? E a falta de investigação, pela Receita e Polícia Federais do enriquecimento mais do que suspeito do filho (Ronaldinho dos negócios) do presidente Lula? Sobre o mensalão, por exemplo, só concluíram que não há provas suficientemente fortes para provar a existência do mesmo... E que dizer do infame projeto de emenda constitucional que daria poderes à Polícia Federal para quebrar sigilos fiscal e telefônico de "suspeitos" de crimes, prescindindo de autorização judicial? Manobra esta digna da Gestapo alemã! E a proibição de divulgação, pela imprensa, de notícias negativas sobre a atuação do governo? Resumindo, meu medo é que a nova presidente se torne uma "Hugo Chaves" de calcinha (sim, porque ela, que eu saiba, nunca usa saias) que, usando a vantagem de ter cerca de 350 deputados federais e 50 senadores a apoiá-la, tome medidas que manietem a ação das forças democráticas brasileiras, instaurando uma espécie de "golpe branco", apoiado em uma pretensa validação no Congresso Nacional. Tempos negros vêm por aí. Basta ver o anúncio, aberto e descarado, de que uma das primeiras medidas da nova presidente será a reedição da famigerada e malfadada CPMF, não mais como contribuição provisória, mas como imposto vitalício, vindo para achacar ainda mais o povo brasileiro, esmagado sob o mais desumano e irracional sistema tributário do planeta. Quem viver, verá...

Alborges disse...

There's coming a shitsorm"!

Alborges disse...

Damn it! Eu disse (escrevi): "There's coming a shitstorm"! Not shitsorm, como saiu, por bad typing.